No início da sua infância,Marcelo era trazido pela mãe para a "pracinha" na praia de Botafogo para brincar e lá a mãe conversava com outras mães que trazia seus filhos.
Marcelo começou a brincar com um filho de uma das amigas da mãe,se chamava Pedrinho,loirinho como um anjo e seu pai era taxista e a mãe portuguesa igual a de Marcelo.
A brincadeira era com carrinho e com bola,principalmente futebol pois Marcelo era bom,mas não Pedrinho,mas mesmo assim durante alguns anos,se tornaram amigos da "pracinha' pois um gostava de brincar com o outro.
Pedrinho era calmo e quieto,não era uma criança rebelde.
Um dia,Marcelo percebeu que o Pedrinho não tinha aparecido na "pracinha" com a mãe e assim foi uns dias,quando uma vez a mãe dele se encontrou na rua com o Marcelo e sua mãe,que perguntaram por ele:
- Ele está doente..
- O que ele tem ?
- Não sabemos,está fazendo exames
Passado um tempo,Pedrinho não apareceu mais na "pracinha" e mais uma vez,quando se encontraram com a mãe dele na rua,ela falou:
- Pedrinho está com leucemia e está internado no hospital.
- Vamos visistá-lo em breve.
E assim foram a mãe e o Marcelo visitar Pedrinho no hospital e lá ele estava deitado na cama,cabelo ralo,magrinho e pálido.A mãe dele falou:
-Estamos rezando para que ele melhore.
Então Marcelo pega na mão e o braço do Pedrinho,que parecia uma folha de papel de tão frágil que ele estava e isso ficaria em sua lembrança.
Dias depois,Marcelo recebeu da sua mãe a triste notícia,que Pedrinho tinha morrido e foram ao enterro no cemitério São João Batista.
Calado,Marcelo,que não tinha nem dez anos,perderia seu amigo ainda criança.
Um tempo depois,a mãe de Pedrinho teria mais dois filhos e Marcelo já um adolescente,se encontrava na rua com ela,que sempre dizia para a mãe :
- Pedrinho tinha a idade do Marcelo.
Com o tempo,para o Marcelo,toda amizade seria preciosa como um relógio.
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