terça-feira, 30 de abril de 2019

O "inútil"

Desde de pequeno Hélio sentia a falta da presença de seu pai ,apesar que vivia com ele mas a sensação era ter sido largado.
Ele corria para a porta todos os dias quando ele chegava do trabalho às 11 da noite ,esperando algum afeto por ele mas entrava, sentava, comia, depois de trocar de roupa iria assistir TV mas logo dava boa noite a esposa para dormir.
Ele trabalhava duro de domingo a domingo e tinha uma folga por mês mas depois de alguns anos  voltava domingo à tarde para casa mas chegava e descansava um pouco.
O lazer da família era dá uma volta de carro pela orla do Rio de Janeiro .
Anos foram passando sempre desta maneira mas nenhuma vez seu pai entrava no quarto para perguntar se estava tudo bem ou triste ao filho Hélio, nem brincava com ele em casa ou no parque.
Depois de anos de insistência de tentar chamar atenção do pai de forma as vezes bruta, seu pai começou a desprezar mais o Hélio com xingamentos e frases que desmotivava o e uma ficou sempre corriqueira chamando de “inútil “. Tinha vezes que chamava Hélio mais de “inútil “ do que por nome. Qualquer coisa era “você é um inútil “ ou “faça isso o inútil “ ou “vem cá o inútil”. Hélio mesmo assim cuidou do pai até a morte.
Depois Hélio estava vivendo com sua mãe, uma pessoa desprovida de amor e carinho aos filhos parecendo mais uma empregada que cozinhava e lavava sem se preocupar se o Hélio estava feliz ou triste mas não era rude como seu pai.
Passando os anos depois de dois acidentes domésticos e uma operação com sua mãe, ela adoeceu rápido sendo levada as pressas num táxi para o hospital mas não resistindo.
Hélio hoje em dia vive sozinho e carente ,mas o “inútil “ que cresceu escutando isso sempre do seu pai além de ter cuidado dele e de sua mãe até a morte ainda cuidou do patrimônio chegando a aumentar em poucos anos.

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