Em mais um dia,Lucio foi ajudar seu pai na padaria,mesmo não ganhando nada nem um obrigado e ficou desta vez atrás do balcão onde aparecia alguns comerciantes amigos da área em Copacabana,quando chegou o português José dono de uma quitanda:
- Boa tarde já está ai pra ajudar seu pai ?
- Sim seu José que posso fazer?
Seu José sempre vinha com piadas e mexia com pai do Lucio que era sempre quieto raramente se via uma risada no rosto dele.
Seu José tinha uma filha linda com cabelos pretos lisos,branquinha de olhos azuis e mais tarde ela apareceu na padaria e logo Lucio largou tudo pra atendê- lá.
- Olá que queres?
- Me dá 100 gramas de pão de queijo.
Lucio estava pesando mas não tirava os olhos da garota até chegar seu José que era seu pai.
- Essa é a minha filha Isabele
E quando Isabele pagou o pão de queijo e foi embora seu pai falou com Lucio baixinho.
- Vou tentar juntar vocês dois ,que tal seu Manoel? Dizendo ao pai do Lucio.
Lucio estava feliz pois já era um bom motivo pra vim trabalhar na padaria pois além de não receber nada seu pai ainda humilhava Lucio na frente dos fregueses.
A maioria do tempo quando Lucio ficava atrás do balcão ficava olhando pensativo na área vendo como os pais tratavam seus filhos de forma diferente sendo mais carinhoso e agradável.
Quase ao meio dia apareceu seu Joaquim dono do açougue que ficava do outro lado da calcada de frente a padaria e seu Joaquim apareceria sempre fumando um grande cachimbo:
- Olá garoto cadê seu pai?
- Está lá em cima no escritório
- Então depois eu falo com ele
Quase saindo chegava seu filho ,se chamava Alexandre conhecido como “variguinho". Alexandre sempre aparecia em Copacabana com uma prancha de surf e pedia dinheiro ao pai e a chave do carro que seu Joaquim logo dava:
- Meu filho Alexandre sempre está com uma garota,você tem que arruma uma também ou mais de uma ! Disse seu Joaquim rindo.
- Ele estuda ou te ajuda no açougue?
- Não que nada! Toca bateria numa banda de rock e gosto que ele aproveita a vida! Dinheiro é para isso! Até mais tarde!
Lucio então acompanhava triste todo dia vendo o filho do açougueiro vindo pega a chave e o dinheiro com seu pai com a prancha de surf e ir até a praia de Copacabana enquanto seu pai dava alguns trocados mesmo exigindo por ter ajudado o. Seu pai dizia que ele estava ali para pagar a comida que comia em casa que só tinha obrigação de sustentá-lo até os vinte um anos.
Anos se passaram depois da venda da padaria e Lucio cuidou de seu pai até sua morte e num certo dia saindo pra almoçar numa churrascaria esbarrou com Alexandre:
- Fala cara! Quando tempo?
Lucio estranhou pois ele nunca falava com ele.
- Oba e aí?
- Cara você tem como me emprestar uns trocados pois eu preciso ir a delegacia pois me tomaram o meu carro e pediram dinheiro pra liberar.
Lucio percebeu que Alexandre além de está com bafo de cachaça seus olhos estavam bem vermelhos dizendo nada de concreto:
- Desculpe não tenho só da passagem do metrô que vou pegar agora.
- Pó!cara! Seu pai tinha padaria e você vive do que ?
- Empresário do mercado imobiliário
- Então! Como não tem ?
Lucio foi saindo fora e se despediu do Alexandre mas cruzou com ele várias sempre pedindo um dinheiro.
Lucio logo descobriria através de uns amigos da igreja que Alexandre tinha se envolvido com drogas e era viciado também em beber que já havia sido preso algumas vezes e a garota dos olhos azuis a Isabele tinha engravidado de um cara bem de vida socialmente com intenção de viver de pensão mas o filho não era do cara tendo de pagar até o processo e indenização .
Lucio depois de saber tudo isso e o que passou vendo como sua vida era segura e honesta ,mesmo sozinho ,entrou na igreja e disse:
- DEUS é muito pai!
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