quinta-feira, 20 de abril de 2017

A Atitude Cabeluda



Anos 90 vieram esperançosos para o jovem Alberto que não tinha menor saudade dos anos 80 por não gostar das músicas e moda, mas a realidade não é nada boa para ele que tinha perdido sua primeira paixão, a descoberta do amor por uma menina e como tinha terminado a escola não sabia que rumo tomar, pois tudo que sabia fazer era a música.
Mas um novo estilo surge batendo a porta de sua mente com os rangidos da guitarra do Kurt Cobain do Nirvana mostrando toda a sua angustia e raiva e Alberto vê aquilo como uma identificação e começa a usar calça jeans velha rasgada com camisas de flanela, era o grunge.
Mas faltava algo para completar seu estilo, quando viu um vocalista da banda Deep Purple chamado Ian Gillan cantando com toda força exibindo longos cabelos e isso foi o que despertou Alberto.
-Nossa! Que cara foda!Como canta!Eu posso ter um cabelo desses!Eu vou deixar o meu crescer e vai ficar igual!É isso e tem haver comigo!
Meses passam e o cabelo de Alberto vai ficando cada vez mais comprido contra a vontade de seu pai, conversador e retrógado que cada vez mais ficava incomodado.
-Vai cortar essa juba quando?
Alberto nem ligou e o cabelo já passava do ombro, quando escutou seu pai falar na mesa da cozinha com sua esposa.
-Cabelo comprido que nem uma mulher, só falta andar de vestido!
Alberto inconformado com que seu pai disse vai até o quarto da mãe e pega vestido e use com brincos enormes entrando na cozinha falando de forma mais feminina.
-Mamãe!Mamãe! Bota-me a comida na mesa que eu quero comer!
Seu pai horrorizado ver aquilo, mas como uma provocação, era Alberto mostrando sua rebeldia como resposta a seu pai só ligava para o que ele pensava e desejava sem saber da opinião do filho.
Dois anos passam seu pai ver com orgulho seu filho trabalhando duro na lanchonete que ele comprou para ajudar Alberto e mostra que mesmo com cabelo comprido debaixo do boné que o que importa é se sentir bem respeitando sua vontade.

terça-feira, 18 de abril de 2017

Tudo que você precisa é amor



Manhã de sol na pequena cidade com pai vendo seu filho na porta jogando bola quando Betinho vem suado e ofegante falar com seu pai:
-Você viu pai o gol que eu fiz ?
-Sim você vai ser um bom jogador se continuar assim ?
-mas eu quero ser rico e ter muito dinheiro para ter o que quiser!
Fechando a cara, o pai pede para seu filho Betinho sentar e conta uma história:
-Senta que não é bem assim vou ter contar sobre o nosso vizinho seu José, ele é dono de metade das casas aqui, tem carro, viajou para vários lugares, comprou roupas e se divertiu muito. Sempre tem a geladeira cheia mas é triste porque falta algo...
Betinho estranhando diz:
-Como é? Triste? Falta algo?Pai, como alguém assim pode sentir falta de alguma coisa?
-Eu sempre estou se apoiando e ajudando e dando carinho certo?
-Sim pai!
-E sua, mãe te enche de beijos e te abraça mas seu Zé não teve um pai e uma mãe bons como temos sido com você.
-O pai ou a mãe batiam nele?
-O pai sim, mas a mãe não porque ela nunca queria saber se ele estava triste ou feliz ou queria alguma ajuda, pois pensava em si própria e não nos filhos.
-mas ele não tem namorada?
-Teve, mas sempre ser decepciona porque não encontra o que falta a ele?
-o que?
-Amor e carinho. Betinho....você é adorado por mim e sua mãe mas ele nunca se sentiu querido.
-E como é isso?
-Carência é igual a um estômago vazio, se comer algo ruim o estômago dói, mas cura, se comer algo bom vai ter fazer bem, mas quando não parece nada para comer e por anos o estômago fica vazio e você fica doente e enfraquece perdendo as forças, por isso que o amor é algo bom porque é a única coisa verdadeira que ganhará aqui nessa vida, o resto que você conquistou você perderá tudo um dia quando morrer.Então Betinho,não adianta ter tudo se o principal não tem,porque não se vive direito que nem uma máquina,sem energia a máquina não funciona.
-Ai nossa, pai não quero ficar igual ao seu José!
-Então faça o que gosta e seja feliz o resto virá naturalmente se for bom como você é no futebol ou na escola.

domingo, 2 de abril de 2017

A redenção na hora certa



Depois de 23 anos de brigas e desentendimentos com seu pai, Bruno sente que a maré começar a mudar e fica mais calmo para seu lado.
Seu pai, que passou anos trabalhando atrás de um balcão de padaria sonhava ver o filho ser militar ou um advogado, mas Bruno tinha outros desejos e seu amor pela música onde seu pai não aceitava.
Certo dia, Bruno iria se apresentar em uma escola para fazer um show com sua guitarra, amplificador, violão, pedais e roupas tudo pronto quando seu pai chegou para falar:
-Quer uma carona? Vou para o trabalho e te deixo lá?
Bruno com um sorriso surpreso e novo aceitou e seu pai deixou o na porta da escola para o show onde ele fez para poucas pessoas.
Uns meses depois, seu pai tinha arrumado uma única passagem para Portugal onde ele iria fechar a venda de uma casa e um carro e voltar para casa, pois a sua esposa não queria ir morar lá sem sua filha que tinha saído de casa.
E a noite, seu pai chamou seu filho Bruno para ensinar como se ganhava a vida nos negócios mostrando todos os detalhes e pedindo que se presta atenção.
No fim seu pai disse:
-Filho... vou viajar e você vai cuidar para mim isso,eu confio em você!Não me decepcione como sua irmã me decepcionou
E o Bruno deu a sua palavra que iria honrar o legado do seu pai.
Um ano antes, seu pai comprou uma parte em uma lanchonete para seu filho trabalhar e garantir-se em sua vida, pois a música ainda apenas um sonho e Bruno via que não era fácil.
Subindo as escadas, seu pai viu o seu filho Bruno sujo raspando e cortando cana para vender o suco, fazendo várias funções na lanchonete e enquanto os filhos dos outros sócios só esquentavam a cadeira e reclama:
-Seu Joaquim e seu Antônio, meu filho faz tudo e trabalha muito e os seus nada fazem?
No meio das discussões, Bruno era o único com um sorriso largo vendo seu pai pela primeira vez na sua vida com 24 anos, defendendo o.
O dia chegou, seu pai como de costume, se levanta cedo e acorda o filho para abrir a lanchonete e ainda preparou o café.
Antes de sair, seu pai fala com seu filho Bruno:
-Bem, você vai trabalhar e eu vou viajar para fechar a venda lá em Portugal, mas volto logo.
Então Bruno e seu pai se despedem com um abraço dizendo ao seu filho.
-Até a volta filho!
Em Portugal, seu pai morre depois de passar mal e a tristeza de Bruno fica marcada, pois durou 1 ano essa amizade que não existia antes e se lembrar de depois de 20 anos que esse foi o primeiro e único abraço que teve de seu pai, mas o alívio da sua redenção.

Gafieira Alvorada

  Rio de Janeiro Bairro Botafogo Década 1970 e o Rio pegando fogo 24 horas, dia até a noite. Na Rua da Passagem, morava um garoto cham...